C.H | Maik Thompson | Capítulo 12

Caleb empalideceu sob o efeito das palavras de Sarah
-Disse para que pensasse bem, você fez sua escolha.
-Você é completamente louca. - O homem soltou com os lábios levemente comprimidos como se dissesse pra si mesmo.
-Só você não percebe? - Hundson mudou de assuntou e se aproximou de Caleb com os olhos líquidos de falsidade e dissimulação. - Estou apaixonada por você. - Completou sentando-se ao lado dele enquanto passava as mãos sob o peitoral do homem que tentava se esquivar delicadamente de seu toque.
-Eu não posso fazer nada por você. - Disse seco, afastando-se dela.
Chelsea parou na porta que dava para a sala onde os dois conversavam, com May em seus braços. Sem que os mesmos percebessem ou notassem sua presença.
Ela havia lutado bravamente contra o desejo insano de estar fazendo aquilo, mas não conseguiu vencer a curiosidade que a dominava
 -Você pode. - Sarah respondeu sem conseguir esconder os seus sentimentos.
-Não posso, estou com Cher.
-Pare de chama-la pelo apelido, isso é ridículo. - Afirmou bruta sendo tomada pelo ciúme possessivo.
-Temos mais intimidade do que você seja capaz de imaginar.- Parker assumiu sugestivo.
-Não quero saber.
Um pequeno momento de silêncio.
-Eu sinto muito por ferir seus sentimentos, mas Campbell é minha namorada. - Confessou com falso tom de luto.
-Tudo bem, pode ficar com ela. - Disse -, mas vai perder a guarda de May.
Chelsea sobressaltou-se, sentindo seu coração pulsar mais forte dentro do peito.
Caleb não havia pedido para que a mesma fingisse ser sua namorada para conseguir a guarda de May, havia feito aquilo para afastar Sarah.
Uma completa amostra de que, a bebê não importava pra ele.
O coração da ruiva apertou-se em um nó pequeno capaz de sufoca-la, May se mexeu inquieta querendo descer e Cher fez um gesto para que ela esperasse apenas mais um pouquinho.
-Não é você quem decidi isso.
-Já procurou seu advogado?
-Amanhã conversaremos. -Parker respondeu.
-Ele irá te explicar oque eu já falei e você não aceita.
-Amanhã irei conversar com ele, e  lhe darei uma resposta sobre a proposta. -Ele abriu uma hipótese e Sarah sorriu.
 Campbell ficou enraivecida, comprimindo a vontade violenta de atrapalhar aquela conversa com gritos e socos.
-Pensa bem, meu amor. - Hundson disse, se aproximando dele sentando-se em seu colo com uma perna de cada lado do corpo do homem, ainda de frente para ele.
-Não faça isso, Cher pode aparecer. - Sussurrou querendo gritar.
-Eu não ligo. - Ela aproximou os lábios do pescoço dele falando baixinho. - Pensa bem, se quiser ficar com Chelsea eu não vou brigar, afinal não tenho problema nenhum em te dividir. - Admitiu, elaborando uma nova possibilidade. - Eu te amo tanto que sou capaz de te compartilhar com outra. - Caleb fechou os olhos com força, aquilo não podia ser real. -, desde que você seja meu também.
E se você for meu, May será sua.
Ou de vocês... Não sei. - Completou com um sorriso minimo.
Caleb estremeceu e assim que abriu os olhos e preparou-se para falar, Chelsea apareceu depois da porta fechando-a com brutalidade.
-Cher... - Parker afastou Sarah rapidamente e ela caiu no sofá forjando uma falsa expressão de pena. - Eu posso explicar. - Ele espalmou as mãos na frente da ruiva para que ela não andasse mais, observou May em seu colo completamente desentendida.
-Não quero explicações. - Ela disse firme. - Eu já vi tudo, já entendi tudo.
-Calma. - Ele pediu e ela controlou o impulso de estapear a cara de Caleb, ele não sabia qual parte da conversa ela tinha ouvido, como se defenderia sem se comprometer ainda mais?
A mulher a sua frente não disse mais nenhuma palavra, saiu deixando os dois na sala, levaria May para o quarto e pouparia a pequena de presenciar uma discussão entre eles.
Não sabia de quem sentia mais ódio, se de Sarah ou de Caleb por tê-la enganado com uma falsa proposta.
-SAIA JÁ DAQUI! - O moreno exclamou irritadiço sentindo o ódio pela mulher crescer dentro do peito.
Ela levantou-se e parou a frente de Parker que não a olhava nos olhos.
-Acho que agora somos apenas eu e você. - Plantou um beijo na bochecha dele marcando-a de batom vermelho e se retirou.
Assim que o homem ouviu o barulho da porta se fechar correu para o andar de cima a procura de Chelsea entrando em todos os cômodos, até chegar a um que estava trancado, o quarto de May. Com certeza a ruiva estaria ali.
-Cher... - A voz saiu falhada, porém grave.
Ela não disse nada, estava lá dentro brincando com os ursinhos junto de May, com um coração entristecido e uma decepção dilacerante. - Precisamos conversar. - O moreno disse, sabendo que ela o escutava. - Me deixe se explicar. - Ele suspirou sem saber mais o que dizer, sentindo-se cansado de toda aquela bagunça.
Pôs a testa na porta, tentando compreender seus sentimentos.
-Me deixa se explicar, é só isso que te peço.
Campbell fechou os olhos e lutou muito pra não ceder.
O tom de voz carregado de sinceridade era reconhecido por Cher, mas ela não sabia se podia confiar nele.
-Eu não menti pra você. - Disse Caleb, sem saber por qual parte começar. As lágrimas quentes descendo de seu rosto. - Eu pedi para que fingisse ser minha, para afastar Sarah, mas a prioridade foi conseguir a guarda de May. - Campbell controlou a vontade de rebater. - Me deixa entrar. - Ele pediu quase desistindo por sentir que não valia a pena conversar com ela sem olha-la.
O barulho da chave girando assustou-o ele se afastou secando as lágrimas sabendo que ela o veria.
-Diga. - A mulher carregada de seriedade falou ríspida.
-Me deixa entrar. - Pediu quase sussurrando e ela deu espaço pra ele.
Já dentro do quarto Parker começou a se explicar.
-Sarah tem uma queda por mim. -Disse enquanto observava May dentro do berço brincar com seus ursinhos.
-Uma queda? - Campbell rebateu com ironia.-, ela tem um abismo por você!
-Talvez... - Comentou, e em seguida explicou todos os acontecimentos à Chelsea. Desde a ida de Sarah ao centro de treinamento até o motivo de seu aparecimento aquele dia na casa dos Parkers.
Campbell ouviu atentamente e Caleb concluiu.
-Pedi sua ajuda para afasta-la, mas o primordial é e sempre será May.
-Ela estava lhe agarrando e você deixou, mesmo depois de ter dito que estava comigo. - A ruiva expôs sua mágoa.
-Me desculpe. - Pediu, e ela desviou o olhar dos dele.- Chelsea... - Ele se aproximou, desfazendo os braços cruzados da mulher e erguendo seu queixo depois. -, me perdoa.
-Não há motivos para se desculpar afinal de contas, não temos nada.
-Mas, para Sarah tínhamos.
-E oque vamos fazer agora? - Ela mudou de assunto, desvirtuando a conversa de seus sentimentos para focar naquilo que era mais importante.
-Você vai continuar a me ajudar?
-Por May, eu irei. - Afirmou, e observou o sorriso de Parker crescer.- Peço que não me faça de corna.-Olhou-o e ele sorriu de sua braveza.
-Vejo que tem ciúme.
-Não é ciúme, é apenas ego. -Mentiu em partes. - Mesmo que esse namoro seja falso, não quero sair como a traída da história para os outros.
-Você não vai. -Disse, convicto.
-Vai ficar comigo e com ela né? -Chelsea rebateu fazendo-o lembrar das palavras de Hundson.
-Não.
-A única diferença é que com ela vai ser de verdade. - Afirmou sentindo a raiva tomar-lhe conta.
-Não. - Repetiu o moreno.
-Sim, vou fingir ser sua namorada e fingir que acredito nisso também. - A ruiva sentia o sangue ferver em suas veias ao lembrar-se da cena de alguns minutos atrás, Caleb aproximou-se depositando um beijo em sua testa para acalma-la, e acalmou.
-Amanhã irei falar com meu advogado, e tudo se encaminhará. - Disse depois que se afastou, mudando de assunto e ficando preocupado de repente, temendo que Hundson tomasse uma atitude.
-E se nós tentássemos nos comunicar com os avós maternos de May? - Cher perguntou cogitando aquela possibilidade.
-Não sei nem onde eles vivem, você sabe?
-Não sei, Lillian não falava muito sobre eles. - Campbell lembrou-se vagamente e ficou perguntando-se por qual motivo Lilly não comentava de seus pais.
-Fale com seu advogado amanhã, irei conversar com o meu e tudo se encaminhará.
-E quanto a Sarah? - Questionou sentindo a onda de ciúme aquecer seu sangue.
-Vou enrolar ela. - Disse baixo.
-De baixo dos edredões? - Chelsea rebateu e Parker achou-a linda toda brava.
-Não, em conversas. -Comentou escondendo o riso.
-Espero ser sua namorada de mentirinha, mas não corna também. - Falou ainda com a expressão carregada de raiva.
-Você não vai, boneca. - Parker beijou sua testa de novo, e depois sua bochecha. Ela fechou os olhos, apreciando o perfume do homem.
-O episódio de hoje vai te render um castigo. - A ruiva comentou e o moreno de lábios risonhos ficou feliz ao ver um riso na boca da mulher a sua frente.
Brava era linda, sorrindo muito mais.
-Qual seria?
-Uma pizza e minha presença em sua cama de solteiro de novo essa madrugada. - Campbell soltou, e Parker encontrou o segundo sentindo daquelas palavras.
Ela riu.
-Mas, não considero isso um castigo. - O homem rebateu sorrindo de lábios vermelhos.
-Vamos ver até o fim da noite. -Afirmou, Chelsea indo em direção a May e pegando-a no colo para depositar um beijo em sua testa. A bebê fez um sinal para que Caleb a pegasse no colo e o moreno assim fez, e juntos desceram as escadas, rumo a sala de estar para pedir uma pizza.
-Aonde estar Roger agora? -Recordou Parker.
-No seu canto. -Cher respondeu observando o mesmo sentar-se no sofá com a criança linda em seus braços.
-O que houve com ele pra que ficasse tão bravo?
-Eu não sei, parece ter pressentido a presença da megera. - Campbell falou referindo-se a Sarah, Parker riu. -Você ri, parece gostar dela. - Ela voltou ao assunto e o homem fez uma nota mental:
"Mulheres."

-Não gosto dela. - Disse convicto.-, acho engraçado seu ciúme, só isso.
-Não tenho ciúme.
-Tem certeza?
-Tenho.
-Não minta.
-Não minto.-Rebateu, agora sorrindo.
May emitiu um som de riso também e eles gargalharam de sua atitude graciosa.
-Vou pedir a pizza. - Ele levantou-se entregando a criança nos braços da mulher.
Ligou na pizzaria enquanto a mesma preparava algo para que May pudesse comer, algo de fato saudável. Alimentou a criança que caiu no sono logo em seguida, pouco antes de baterem na porta.
Enquanto Chelsea subia as escadas com a bebê em seus braços, Parker buscava a pizza depois de ter pego o dinheiro na carteira.
Cher deitou May quando já havia trocado a frauda da mesma e depositou um beijo na testa da criança adormecida.
Quando voltou para a sala de estar o homem já havia posto a pizza sobre a mesa de centro e vinha em sua direção com um vinho tinto em mãos.
- O que pretende moço? - Ela sorriu no meio da pergunta.
-Desejo compartilhar esse vinho contigo. -Afirmou.
-Não há motivos para comemorar. -Ela questionou se aproximando ainda mais dele.
-Não existem rótulos que nos diga que só podemos brindar em ocasiões especiais e felizes. - A ruiva a sua frente sorriu ruborizando em um dar de ombros sem jeito. -E se eles existem...-Parker começou pegando em sua cintura fina para aproxima-la mais dele.- Vamos quebra-lo. -Concluiu.
Ela se afastou se sentindo envergonhada e completamente sem graça por ele ter roubado suas palavras.
-Sendo assim, vou buscar as taças. - E retirou-se indo fazer o que havia dito que faria, enquanto Parker ligava o som baixinho.
Campbell voltou e encontrou o Caleb sem blusa, dançando na sala ao som de alguma banda que Cher não soube identificar, a mulher deixou as taças na mesa de centro ao lado da pizza e do vinho tinto e foi á cozinha para terminar de buscar os pratos e talheres.
Entrou na sala novamente e Parker já parecia estar sob efeito do alcool pois estava feliz e dançava com sorrisos nos lábios.
Os braços másculos estavam a mostra deixando exposto sua quantidade excessiva de tatuagens, Campbell se prendeu aos desenhos.
-Venha aqui Cher!- Ele a chamou enquanto observava deixar oque segurava na mesinha, se juntou ao homem compartilhando com o mesmo seu sorriso mais bobo.
Ele pegou pelas mãos da ruiva na intenção de aproxima-la e fazer seu corpo se mover.
Aos poucos Chelsea se soltou e de repente já estará totalmente envolvida pelo ritmo da canção ao fundo.
-Não entendo você. -Campbell soltou olhando nos olhos do homem aparentemente alegre. -Como pode estar feliz diante de toda essa situação ? -Perguntou por cima da musica, sem deixar seu sorriso sumir dos lábios, havia sido contagiada pela alegria de Caleb.
-Talvez essa seja minha maior qualidade. - Respondeu ainda dançante, mas agora mais próximo dela. - Eu sorrio na cara da dificuldade. - Completou, em seguida plantou um beijo longo na testa de Cher que pode sentir seu cheiro mais acentuado em suas narinas.
Depois da dança animada um música mais calma começou a tocar e eles se afastaram.
Parker abriu o vinho com um sorriso ainda nos lábios e encheu duas taças na metade entregando uma nas mãos da linda mulher a sua frente.
Fazia tempo que Chelsea não degustava um vinho, sentiu-se feliz pelo homem ter lhe concedido aquela oportunidade e agradeceu a ele por tê-la servido.
-Cher...- A voz grossa chamou-a e ela o olhou depois de já ter dado uma golada no conteúdo da taça. -Me conte sobre você. - Parker completou sentando-se em cima do tapete felpudo, Campbell fez o mesmo.
-Não há nada de interessante em minha história. - Ela sorrio amarelo deixando a taça com pouco conteúdo na mesa de centro a sua frente.
-Como foi que veio parar aqui? -Parker questionou agora curioso.
-Não gosto de falar sobre essas coisas. -Afirmou desmanchando o sorriso e desviando o olhar.
-Tudo bem, apenas achei que ... -fez um barulho com a boca como se buscasse pelas palavras. - Que confiasse em mim.
-Eu confio. - Campbell falou quase por cima dele.
-Não parece.
-Desculpe.
-Sem problemas, talvez não se sinta a vontade pra falar sobre isso, quando quiser estarei pronto pra lhe ouvir. -Cher assentiu agora o olhando.
Ele já havia feito coisas maravilhosas por ela e se queria saber sobre a mesma era porque de fato queria uma proximidade mais íntima, ser um amigo.
Cher sussurrou um "Tudo bem, irei contar." E continuou.
-Eu venho de uma família pobre. -Começou, olhando para o nada enquanto mil pensamentos flutuavam em sua mente. - Meu pai se separou de mamãe e foi viver sua vida fora desta cidade, nem sei onde vive, oque faz e se estar vivo hoje. Tenho uma irmã que hoje mora com minha mãe. Nunca tive uma relação muito saudável com ela, sempre brigávamos e nunca estravamos em um comum acordo.
-Por que brigavam tanto ? -Parker perguntou.
-Não sei, coisas pequenas em casa geravam grandes discussões. Nunca dei certo com ela, meu sonho sempre foi sair de casa e nunca mais voltar, sem contar que passamos muitas dificuldades depois que papai se foi, então minha mãe começou a trabalhar em casas de famílias de classe média e rica, e uma das que ela prestou serviços foi Abigaiul, na época ela estava grávida e assim que ganhou a criança chamou-me para cuidar dele e ganhar uma grana extra podendo ajudar em casa. - Caleb a ouvia com atenção.
- Com o tempo meu laço de amizade com Abigaiul foi crescendo e as discussões por ciúme vindas de minha mãe também.
-Sinal de que ela te amava e não queria perder você. - Comentou Parker com olhos líquidos de sentimento.
-Eu sei. - respondeu. -, Abigaiul se aposentou de seu trabalho e pode ter mais disponibilidade para seu filho, por esse motivo me indicou a Lilly.
-E sua mãe hoje? -Caleb lembrou.
-Vive com minha irmã mais nova, elas estão bem.
-Como sabe? - Questionou. -Não acha que deva procura-la? - Chelsea pensou por um tempo.
-Talvez, Amanda se formou em engenharia de software, e ganha bem.
-Oque houve com seu pai?
-Não sei. - Chelsea titubeou, a vontade de chorar a inundava por inteiro.
Lembrou-se do homem, e das noites frias em que ele preparava seu chá predileto e os dois se serviam com xícaras de cores diferentes.
-Talvez esteja por aí. - Disse a única coisa que conseguia.
-Porque ele se separou de sua mãe? -Parker perguntou se aproximando da mulher por senti-lá tão vulnerável aquelas enchentes de lembranças.
-Meu pai sempre foi um ótimo homem, mas se rendia as drogas. - desabafou deixando uma lágrima solitária rolar em seu rosto. - Ele sempre batalhou pelo nosso sustento, sempre foi presente, mas tinha sua fraqueza. - Caleb se aproximou ainda mais a abraçando de lado, dando apoio a ela para que não se sentisse pior. - Por isso minha raiva de mamãe, ela não deveria tê-lo deixado! - Exclamou Chelsea.
-Tudo bem. -Parker afirmou .
-Você me entende ? - Ela levantou o rosto molhado de olhos verdes brilhantes e Caleb assentiu, a entendia. - Mesmo com todos os erros, e suas falhas, ela não deveria tê-lo deixado. - um soluço a interrompeu e depois ela concluiu . -Por mim e por Amanda, ela não deveria.
Parker maneou a cabeça em ato de consentimento e abraçou-a mais forte.
-Tudo bem Cher, não chore mais. -Ele beijou o topo da cabeça dela e a mesma enxugou as lágrimas que rolavam.
Uns segundos de silêncio.
-Você é um viado por me fazer dizer todas essas coisas. -Ela sorriu suspirando quando já havia se recuperado.
-Não sou viado e posso te provar isso. -Ele comentou malicioso e recebeu um tapa no braço nu. -Olhe bem em quem você está batendo.- Caleb se afastou para que a mulher pudesse o fitar, a ruiva o mediu e depois deu de ombros como se ele não fosse ninguém.
Abriu a caixa de pizza sentindo fome, pegou um pedaço com as mãos mesmo e colocou na boca, Caleb fez o mesmo.
-Está boa. -Campbell disse sorrindo de boca cheia, sentia-se bem ao lado de Parker.
-Falando de boca cheia coisa feia. -Ele comentou do mesmo jeito.
-Olha só quem fala né. - O casal riu.
Aquela havia sido a noite mais maravilhosa que Chelsea já tivera depois da morte de Clark e Lillian sentia-se feliz e não era por conta do vinho que aquecia seu sangue, mas sim pela presença de Parker lhe causando sorrisos verdadeiros com suas piadas sem graça.

• 
  

Eles já tinham juntos quase esvaziado a garrafa de vinho, e sorriam de qualquer coisa por conta do efeito do mesmo.
-Ai... quando eu tirei o sutiã dela... BUUUUM! OS PEITOS CAIRÃO QUASE QUE ENCOSTARAM NO CHÃO! - Chelsea gargalhou enquanto tomava mais um gole da bebida, ouvindo Caleb concluir a experiência que tivera com uma das garotas com quem saiu a alguns anos atrás.
-Me diga, você sempre foi mulherengo?
-Nunca fui. -Afirmou convicto.
-E mentiroso? -Questionou Cher com um sorriso nos lábios.
-Também não.-Rebateu.-, Hmmmmm, mas posso te contar uma coisa? - O homem finalizou mais uma taça de vinho e a colocou sob a mesa de centro para se aproximar de Campbell.
Ela permaneceu em silêncio esperando ele falar com um riso preso nos lábios vermelhos.
-Eu te acho atraente. -Afirmou com a voz rouca olhando-a nos olhos. 
-Obrigado Parker, digo o mesmo. -Agradeceu devolvendo o elogio.
-Isso não pode ser uma mera coincidência!-Exclamou a medida que se aproximava mais do rosto da mulher.
-E isso não pode ser um flerte. - Cher sorriu de olhos fechados sentindo os lábios de Caleb grudarem no seu. 
-E se for? - Perguntou passando seu nariz no dela, percebendo que a mesma se arrepiava.-, você vai achar ruim?- Ele perguntou e ela negou com a cabeça, entregue a ele. 
Caleb sorriu e uniu seus lábios em um selinho longo que fez Campbell arrepiar-se inteira. O homem beijou seu pescoço nu e arrastou seus lábios lentamente até seus ombros e aquilo fora o suficiente para deixar a mulher completamente louca por ele, almejando por um toque mais profundo.
Ela espalmou suas mãos na face de Parker quando ele beijava seu pescoço e guiou seu olhar para os lábios vermelhos dele juntando sua boca na do homem, beijando-o verdadeiramente. 
Chelsea já não sabia se aquilo fora o efeito do álcool em seu sangue ou se esta havia sido uma desculpa que havia bolado pelo seu cérebro para que pudesse fazer aquilo que seu coração e seu corpo tanto almejavam. 
Depois do beijo que arrancou suspiros e os deixaram completamente sem ar, o casal deitou no chão coberto pelo tapete felpudo e adormeceram ao lado da pizza e o vinho que serviriam como lembrete daquela data no dia seguinte. 

• 
  

Caleb levantou-se incomodado pelos fretes de luz que irradiavam passando pela cortina batendo em seu rosto, lembrou-se da noite anterior e involuntariamente sorriu. Tirou Chelsea de seu peito delicadamente e beijou-lhe o rosto amassado, pensando no quão bonita a mesma era. 
Como nunca havia percebido? 
-Pode parar de me olhar? - Cher não precisou abrir os olhos para sentir o olhar de Parker tão quente sobre ela. 
-Não. -Ele afirmou com a voz grave e deixou outro beijo em sua bochecha, a mulher riu e depois abriu os olhos para observar o homem tão lindo a sua frente. -, vamos nos levantar, já é manhã. Daqui a pouco May acorda, irei trabalhar hoje. E no almoço irei falar com meu advogado, ligue para o seu também. - Cher assentiu enquanto levantava-se.
-Precisamos resolver as coisas pendentes. -Afirmou convicto.

• 
  

-Tchau meu amor! - Caleb se despedia de May já pronto para enfrentar mais uma semana, estava decidido a alinhar a situação de sua vida. A bebê sorriu batendo palminhas observando Parker beijar o topo da cabeça de Chelsea.
-Tenha um bom dia.- Ela disse.
-Você também, não esqueça de fazer oque lhe pedi. -Afirmou ajeitando sua mochila nas costas de modo que não amassasse sua camiseta polo.
-Vou fazer sim. -Continuou, ignorando o sentimento de saudade que já começara seu processo naquele aperto no coração, o homem se foi depois te der se despedido com um "Volto já".
Aquilo não estava certo.
Aquilo estava certo? 
A noite anterior havia sido perfeita para Chelsea, mas ela não poderia nutrir falsas expectativas, afinal de contas os dois haviam bebido um pouco e Caleb se quer comentará dos acontecimentos, tinha agido aquela manhã como se nada houvesse de fato acontecido entre os dois, e Campbell pensava que teria de agir da mesma forma; Sem maiores sentimentos sendo alimentados dentro do peito, sem expectativas para não ter futuras decepções, agiria com ele como ele agia com ela. 

• 
  

Caleb mandou uma mensagem a seu advogado, perguntando se teria como o mesmo almoçar com ele naquele dia para que pudessem conversar a respeito da guarda de May, ele respondeu dizendo que iria, fazendo questão de deixar claro que o almoço seria por sua conta. 

Caleb desconfiou, mas não negou o pedido. 

E assim que o relógio marcou 12:00 PM, Parker ligou para Chelsea perguntando por May e se estará tudo bem em casa, Campbell respondeu que sim, dizendo já ter entrado em contato com seu advogado, chegando em casa os dois conversariam melhor. 

Depois disto, o homem seguiu rumo ao restaurante indicado e encontrou-se com o velho Sr. Will, advogado renomado, ganhador de causas importantes e um excelente profissional. 

-Olá Sr. Will! - Parker o cumprimentou sentando-se em seguida. - Como está?

O homem respondeu com um manear de cabeça e sorriso amarelo nos lábios.  

Os dois fizeram seus pedidos. 

-Sr. Will, há um problema. -Parker anunciou e o homem sério o olhou por de baixo das lentes de grau fortíssimas, esperando que ele terminasse. 

-Os avós maternos? - Questionou. 

-Também.

-Qual seria o outro problema?

-Sarah Hundson. -Afirmou. 

-Oque há com a assistente social? Ela me parece estar exercendo sua função com empenho. 

Caleb explicou toda a situação desde o primórdio e o profissional a sua frente o ouviu com atenção nos detalhes, Parker finalizou.

-Acho que ela não esta sendo profissional, pois vive flertando comigo, talvez possamos pedir que a tirem e substitua por outra pessoa que trabalhe com maturidade. 

-Sim, irei conversar com o Juiz na próxima audiência que acontece essa semana, pedirei que a substitua pois a intromissão de Sarah em sua vida pessoal e um futuro sentimento por você, pode atrapalhar seu trabalho não deixando que a mesma exerça seu papel racionalmente. 

-Para o Sr. Os sentimentos nos impedem de agir racionalmente? -Parker questionou curioso. 

-Sim. -respondeu seco, fazendo Caleb pensar.

• 
  

Uma semana já havia se passado desde a conversa de Parker com o advogado e Sarah continuamente mandava mensagens para ele pedindo que decidisse logo o que faria, Caleb a ignorava pois sabia que a mulher já não representava mais nenhuma ameaça. 

Naquela segunda-feira Parker decidirá almoçar em casa e aproveitar para matar a saudade de May, pois agora sentia-se mais distante da pequena por estar trabalhando na metade do dia. 

Quando abriu a porta com um sorriso preso nos lábios e coração saltitante deu de cara com um homem de aparência jovial, conversando com Chelsea alegremente no sofá da sala de estar. 

Franziu o cenho, mudando completamente a expressão.

"QUE PORRA É ESSA?" Ele pensou ao mesmo tempo que Cher virava-se para fita-lo entrar sorridente, ele observou o quão bonita ela estava aquele dia. 

Campbell levantou-se. 

-Caleb... - Ela começou sem jeito ao observar sua cara fechada.- Este aqui é Maik Thompson. - O homem levantou-se e estendeu a mão para cumprimenta-lo, Parker apertou a mesma com um olhar desconfiado. 

-Seu amigo? -Questionou olhando para Campbell que estava fodidamente mais bonita. 

"Que porras ela fez hoje?" -Ele questionou-se internamente e reparou no olhar de Maik sob as pernas nuas da moça, o sangue ferventou nas veias. 

-Não, ele é o novo assistente social. - Campbell afirmou com um sorriso nos lábios, toda feliz.

Caleb desviou o olhar para fuzila-lo. 

Ele estava secando Chelsea. 

Fez uma nota mental:

"Eu me esquivo de uma ameaça pra ser vitima de outra, que maravilha!" 

"Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar."

CHICO XAVIER

Nota Breve da Autora: Mel! eu entendo que as vezes você suma por conta disso, mas realmente fiquei preocupada. kkk Capítulo mais complicado pra mim e tu some muié, misericórdia. Não faz isso com minha insegurança, fiquei com receio do capítulo anterior ter ficado sem sentido e confesso que to com a mesma impressão desse aqui.

Melissa, espero que tenha se saído bem nesta prova, torço por você. <3 

Enfim! Tô feliz por finalmente estar conseguindo concluir essa história. 

QUEEEEM QUISER 

QUEEEM QUISER

QUI-SER 

Pode me seguir nesse snap: ruth_nara lá eu falo um pouco de C.H e outras baboseiras a mais sobre o ficsrn, e assim a gente fica mais juntinho. <3