C.H | Attractions | Capítulo 7



Atrações. 


May chorava cada vez mais alto, os gritos tornavam-se cada vez mais intensos, Chelsea estava tão preocupada e desconcertada com a situação, que se encontrava em estado de total distração. A responsabilidade pesava em seus ombros, e o medo de alguma atitude sua ter gerado os sintomas em May fazia sua mente processar informações cada vez mais lentamente. Caleb se encontrava impaciente por conta disto, por isso bufava o tempo inteiro e resmungava a cada segundo, deixando Campbell sob pressão, aquilo estava a deixando desconfortável além de está-la atrapalhando ainda mais. 

Assim que chegaram ao carro, Caleb abriu a porta do mesmo na intenção de ajeitar o baby comfort no banco traseiro enquanto Cher tentava acalmar a criança em seu colo, o choro incessante da menina já começava a gerar uma irritação peculiar em Andrew, Chelsea estava apreensiva, amedrontada e tremendamente frustrada com o fato de não conseguir aquietar a pequena. A mulher entrou no carro em quanto Andrew dava a volta para ir em direção ao banco frontal, a mão tremula de Campbell encontrou o cinto de segurança o encaixado rapidamente no seu devido lugar. May se acalmará ao perceber o ambiente novo em que se encontrava, porém ainda resmungava. 

No caminho até o hospital Andrew reclamou e durante o percurso até a entrada no mesmo Caleb também se queixou, Cher começava a ficar aborrecida com toda aquela situação mais conteve a vontade de ralhar com ele. 

Assim que chegaram, depois de alguns poucos minutos foram atendidos, Cher entrará na sala do pediatra sozinha enquanto Caleb tratava de apresentar os documentos e preencher a fixa de atendimento, seu coração batia descompassado dentro do peito em uma preocupação que lhe causava desconfortos o deixando mal humorado. Cher se achegou sentando na cadeira a frente do pediatra que a atenderia.

-Olá, sou o Dr. Raymond. – O homem que aparentava estar no auge de seus trinta e cinco anos disse meio cansado por conta do horário avançado.

 -Olá Doutor - Cher cumprimentou o homem sentindo-se temerosa.

-O que se passa com ela? – Sr. Raymond apontou para menina quieta no colo da mulher.

-Ela está quente, provavelmente com febre, e antes de sairmos de casa ainda chorava muito. – Campbell desabafou já se sentindo melhor, o homem levantou-se indo em direção a maca.

-A ponha aqui, por favor, somente de frauda.

Cher obedeceu aos comandos. Assistindo o Doutor verificar os batimentos, os pulmões e também a temperatura da menina que agora se encontrará mais calma.

-Ela está quente. –Constatou o homem. Caleb apareceu na porta observando o local atentamente, e quando teve certeza de que May e Chelsea ali estavam, adentrou pedindo licença e tirando a atenção dos adultos que ali se encontravam. Sorriu amarelo.

-Mãe, qual era a temperatura da pequena antes que saíssem de casa? – Dr. Raymond perguntou fitando May. Cher observou Caleb aflita, o mesmo deu de ombros e aquilo só serviu para irritá-la. - Você não verificou a temperatura? –O homem questionou estagnado. Chelsea negou envergonhada.

-Tudo bem. –Dr. Raymond disse baixo ainda desconcertado com a situação. – Vou passar um remédio pediátrico para ajudar a diminuir e eliminar a febre, mas aconselho ao casal que comprem alimentos sólidos e mais nutritivos. –O homem anotava algumas coisas em um papel enquanto Caleb e Chelsea se fitavam. “Casal? Foi isso mesmo que ele falou?” Cher voltou a ajeitar May e a por suas roupas novamente. – Tudo isto deve ter sido a causa da falta de nutrientes que estão ausentes do corpo da criança. Alimente-a mais vezes dêem vitaminas frutas, vegetais ou sopas. Isto é muito, muito importante. –ele frisou a penúltima palavra fitando atentamente o casal que os observava com cuidado. Cher sentiu-se estupidamente frustrada com a situação, e prometeu a si mesma que não deixaria mais que aquela situação voltasse a se repetir.

-Vocês são pais de primeira viagem? – Dr. Raymond perguntou por de cima de seus óculos fortíssimos, tomado por uma seriedade irreconhecível. Chelsea franziu o cenho e Caleb também, os dois se entreolharam como se perguntassem uns aos outros “Foi exatamente ISTO que ele falou?” Até finalmente compreenderem que tinha sido exatamente aquela pergunta que se havia sido feita.

Caleb e Chelsea riram, gargalharam alto. Riram muito. May observava tudo com seus lindos olhos verdes estonteantes enormes e levemente arregalados. Cher buscou pelo ar fortemente, secando os olhos com a mão desocupada. Sr Raymond fitava tudo indignado, com cenho franzido sem entender nada, buscando compreender o que havia dito de tão engraçado.

-Não Doutor – Chelsea e Caleb disseram juntos, depois de terem se acalmado completamente.

-O senhor não compreendeu.  - Parker continuou com um sorriso pendurado nos lábios. Dr. Raymond ficou em silêncio aguardando mais explicações. – Na verdade eu sou tio de May Parker e esta é a babá do pequeno bebê. – Andrew continuou agora com mais seriedade Cher assentia enquanto Raymond fitava toda aquela cena imaginando o porquê de todo aquele episódio.



May dormirá no caminho até o carro.

Andrew entrará no carro e Chelsea seguiu rumo ao banco traseiro junto de May.

De repente um som de risadas espalhou-se pelo carro, O homem gargalhava de toda aquela situação.

-Do que tanto ri?- Cher perguntou com um sorriso involuntário se repuxando entre os lábios, porque mesmo depois de ter passado por todo aquele constrangimento a risada de Caleb a fez querer rir também. 

-Eu, -Caleb ria já não se controlando mais- e você, - ele apontou para Chelsea em quanto à mesma o encarava de lábios risonhos. – juntos. – Andrew explodiu em gargalhadas, Cher sorriu ainda mais.




|Casa dos Parker’s| Sábado – 08h00minpm |

 -Chelsea? –Uma voz rouca inundou os pensamentos de Cher. – Chelsea! – o sussurro se fez ouvido novamente e o subconsciente da mulher constatou a incrível informação de que ela não estava sonhando. –Campbell! – Caleb chamou alto e Chelsea abriu rapidamente os olhos sentindo o coração bater no colo desnudo por conta da camisola. Seus pensamentos voaram em May, ela se levantou desesperada arrumando os cabelos despenteados, Caleb se obrigou mentalmente a não fitar as pernas da mulher, mais fora impossível não reparar nas mesmas.

Nota mental:

“Não olhe, não olhe. É simples é só não o...”

Os olhos verdes fitaram o decote “V” da camisola, que perigo.

“Ok. Não parece ser tão simples assim.” - Caleb pensou tentando encarar a feição de uma Chelsea que arrumava os cabelos em um coque frouxo, sem notar que a lateral de seus seios ficará a mostra, um grande perigo iminente.

“respira... inspira... Você odeia essa mulher.”- Caleb pensou interiormente mandando um recado a sua razão e orgulho.

-O que quer? – Campbell perguntou de olhos inchados, e cenho franzido.

-Precisamos fazer compras. – Caleb resmungou baixinho e Chelsea fora incapaz de ouvir. Sim, acordará de mal humor.

-QUE? – Ela questionou abaixando levemente, procurando pelos olhos de Andrew enquanto os mesmos estavam vidrados no decote de sua camisola, a visão do mesmo ficará ainda maior quando a mulher se aproximará ainda mais, as pupilas do homem se dilataram.

“Hó não, não faça isso!”- O homem pensou internamente.

-Caleb?

-Precisamos ir ás compras! –Soltou, decidindo manter-se sob controle.

  -Não sabe fazer isso sozinho?- Cher perguntou, voltando a deitar-se mais relaxada, May estava bem, não era nada demais.

-Não. Não sei, precisamos seguir o concelho do Dr. Raymond e ir comprar coisas saudáveis a May. –Andrew resfolegou baixo, tentando de todas as formas possíveis não fitar Cher.

A mulher ficou um breve minuto em silencio, até compreender que Parker realmente, não seria capaz de fazer aquilo sozinho, e que precisaria realmente fazê-lo pelo bem da pequena.

-Tudo bem. –Ela levantou-se suspirando cansada enquanto caminhava delicadamente até o banheiro.

Andrew a fitou de corpo inteiro. Ela era exclusivamente perfeita.  

O homem castigava-se internamente pelos minutos anteriores, mas optou por deixar o quarto e fingir que nada havia acontecido.

Dentro do mesmo Chelsea encontrava-se ainda, a mulher entrou no banheiro despindo-se rapidamente deixando que a ducha morna caísse por sobre seu corpo refrescando-a por com completo. Sentia-se aliviada por saber que teria Caleb entre os cômodos completamente desocupado caso May decidisse acordar.

Assim que concluiu o banho, vestiu-se de uma blusa que continha três lindos tons de azuis, a mesma vinha até a altura do pulso, mas Chelsea dobrou o pano da mesma até os cotovelos, abotoou-a deixando dois botões abertos, dando-lhe uma visão privilegiada de seu colo desnudo. Ajeitou os shorts pretos levemente desfiados no final e deixou que a blusa cobrisse uma boa parte da frontal do short. Arrumou os cabelos pondo-os para o lado cobrindo-lhe o ombro direito, prendendo os mesmos com um elástico. A franja já cumprida caía pela lateral de seu rosto afinando ainda mais a sua face. Perfumou-se e desceu a escada ansiosa para ver May.

Avistou ainda do topo da mesma, as costas largas e nuas de Caleb. Os músculos se moviam à medida que ajeitava May em seu colo.

-Até que em fim! –Ele virou-se percebendo não estar sozinho no ambiente. A garganta deu um tranco quando os olhos dos mesmos se encontraram, nunca haviam se fitado tão profundamente. Chelsea sentiu o coração sambando dentro do peito, em uma completa agonia que não soube identificar motivos aparentes.
-Até que em fim o que? –ela rebateu.
-Se não fosse eu, para acudir May quando ela acordou como faria? –Caleb usou de seu tom casualmente irônico.     
Cher pensou bem antes de rebater.
-Na verdade eu ‘to começando a achar que você está muito seguro de si ‘pro meu gosto. – A mulher disse, andando até este para pegar o bebê que estava em seu colo.
-E eu ‘to começando a achar que você está muito folgada ‘pro meu gosto. – A veracidade e rapidez com a qual Caleb elaborava respostas estressavam Chelsea.
A mulher sentiu-se ligeiramente ofendida com tais palavras, mas não demonstrou.
-Não faz mais que sua obrigação. – Ela contra atacou, com o sangue voltando a se concentrar em suas bochechas, sentiu May deitar em seu colo desnudo e o cheirinho de perfume de bebê emanava da pequena, Caleb havia lhe dado banho.
-Não vou perder meu tempo aqui discutindo com você Campbell. –O fato de Caleb chamá-la pelo sobrenome fez Cher comprimir os lábios e erguer uma de suas sobrancelhas. Andrew não fora capaz de fitar a feição de Chelsea, pois já havia lhe dado as costas. A mulher sorriu, abaixando o rosto para poder inalar melhor um pouco da essência de May, sabia que havia conseguido deixar Caleb sem resposta, e por mais infantil que aquilo parecesse (e realmente fosse) ela se sentirá feliz.



 O caminho até o Supermercado fora silencioso, se não fosse Chelsea brincando com May no banco traseiro, Caleb sorria da voz que a mulher usava para conversar com o bebê, um sorriso silencioso que não estava ao alcance dos olhos de Campbell. 
No fundo Caleb gostava de Cher, gostava da mulher e a admirava por não ter deixado May, quando poderia desistir da guarda, permitindo que a mesma ficasse com Parker, ela foi até o fim, abriu mão de viver sua própria vida, para lutar pela vida de outra pessoa, e isso cativava Caleb. 
Cativava saber que Campbell, mesmo não fazendo parte da família lutará e lutaria até quanto fosse capaz, e até mais além do que pudesse para ficar com May, ela sabia e Caleb tinha em mente que ela era consciente do quão difícil é cuidar de um bebê completamente dependente de alguém. E mesmo sendo tão nova, podendo aproveitar a vida.
Ela abriu mão de tudo, para ser o tudo de May.

-Caleb?- Chelsea o fitou pelo retrovisor interno do carro, e só então o mesmo notou que parará no sinal e o mesmo já se encontrava verde. 
Observava o rosto de Cher pelo espelho e nem perceberá, assim que notou limpou a garganta olhando para frente desfazendo o freio, as bochechas completamente ruborizadas, pela primeira vez na vida.

Que droga estava acontecendo com ele?


Cher sorriu, aparentemente achando engraçada aquela situação, negando com a cabeça, e observando um Caleb Parker completamente envergonhado.




Assim que chegaram ao supermercado Caleb descerá primeiro e aguardou Chelsea descer com May.

-Precisa de ajuda?- O homem perguntou percebendo a dificuldade que Campbell encontrará para desafivelar o cinto de segurança posto rente a May.
-Sim, acho que preciso. –Chelsea pediu ainda sentada no banco traseiro, tentando de todas as formas possíveis desnivelar o cinto.

Caleb abaixou-se para verificar da onde vinha o problema e entrou no carro passando por Chelsea, ela não entendeu por qual motivo ele não esperará a mesma se ausentar do carro, as costelas do homem ficaram visíveis e o cheiro másculo que excedia dele fazia a cabeça de Campbell girar. 
O coração sambando novamente dentro do peito, enquanto ela fechava os olhos pedindo aos céus que ele não escutasse o som do mesmo.
Era evidente a atração física que ambos sentiam um pelo outro. 

-Pronto. –ele disse. A voz grossa e rouca soando por entre os cantos do carro.
-Deveria ter esperado eu sair. – Campbell disse ainda terrivelmente embriagada com o perfume que provinha de Caleb, ainda dentro do carro fazendo o mesmo parecer menor.

May brincava com uma das pequenas bonecas de pano que Cher havia trazido com esta.

Caleb parou com o rosto frente ao de Campbell, as respirações se entrelaçaram, as veias dos braços de Parker estavam visíveis, tamanha a força que ele depositava para permanecer na altura de Chelsea. Os narizes quase se tocando, as bocas quase se juntando. Cher permanecia fitando os olhos verdes  líquidos de tamanha malícia, enquanto Campbell decidia-se entre empurrá-lo, estapeá-lo ou ficar rente quietinha apenas deixando que a curiosidade passasse as rédeas e o deixasse fazer o que ele queria apenas por ímpeto de saber o que aconteceria a seguir.
-Não se garante Campbell? – A voz rouca soou e Chelsea foi mais que obrigada pelo seu subconsciente a fechar os olhos, querendo e desejando sentir raiva de Andrew, mas ela não era capaz. O sentimento não surgirá, a única coisa que brotou daquele momento fora a vontade insana de romper os únicos centímetros que separavam seus lábios e o beijá-lo até que lhe faltasse ar, mas ela não se permitiria o fazer, o orgulho jamais permitiria. 
Ela preferia fingir sentir raiva dele do que admitir a vontade louca que lhe apareceu de tocar os lábios rosados do homem a centímetros de distancia dela.

Minutos mais tarde, depois do ocorrido em que Chelsea se sentirá uma completa idiota por não ter conseguido encontrar palavras que fossem justificáveis aquela afirmação de Caleb no estacionamento do supermercado. May começará a resmungar pelo provável incomodo que deveria estar sendo manter-se dentro de um carro que não estava em movimento para circular ar por dentre o mesmo. May salvará Cher, e ela se sentirá agradecida por isto.

Assim que o casal entrou no supermercado os olhares de alguns clientes lhes atingiram. Campbell sentirá as bochechas rosadas pelo incomodo que era estar sendo fitada por diversas pessoas, e o pior; Pessoas que pensavam que Caleb, May e ela eram uma família feliz, hó que desgosto seria dar-lhes a notícia de que aquilo não passará de conseqüências da vida e da justiça. Bendita justiça! 

-Por onde começamos? –Caleb questionou ainda na entrada do supermercado, reparando em Chelsea e May que se encontrará sentada e protegida por um cinto dentro do carrinho de compras.
-Pelo mais importante, antes que esqueçamos. –Cher disse.
-E o que seria?
-May. Vamos começar pela alimentação da pequena. – Campbell concluiu sua linha de raciocínio lembrando-se vagamente da consulta desesperadora e completamente constrangedora que passará horas atrás.
-Vegetais, sucos, sopas e frutas. – Caleb sussurrou para o nada, observando o ambiente como se procurasse pelo que acabará de citar. Chelsea impressionou-se e seguiu junto de Andrew pelo supermercado, pronta para ajudá-lo a concluir a tarefa.

May começará a ficar impaciente e isto durou desde o final da compra até a fila preferencial do supermercado. Chelsea começará a tentar niná-la Enquanto Caleb se dirigia até o caixa para passar as compras. A pequena provavelmente começará a sentir fome e por este motivo a agonia se excedia provocando em Campbell uma irritação fora do normal. Caleb perceberá a agonia entre as duas quando se virou frente à Chelsea para fita-la melhor, percebendo a garotinha ansiosa entre os braços. Parker sentiu pena de Cher por um momento.

-O que há com ela? –O homem perguntou, colocando alguns outros alimentos para rolar no caixa.

-Acho que está com fome e sono. –Cher concluiu, examinando a garotinha em seus braços.

Sem perceber que uma senhora fitava o casal à frente ouvindo toda a conversa. Ela sorria achando bonita a cena que se presenciava entre os dois.

Parker preocupou-se com a sobrinha.

-Vamos fazer assim, - ele propôs já passando para o outro lado. - Me dê ela um pouco enquanto você conclui o restante dos objetos que precisam ser colocados no caixa.

Parker terminou, aproximando-se de Chelsea que fitou seu maxilar desejando encontrar seus olhos. Penalizando sua própria estatura.

E assim que o fez à pequena estendeu os braços ansiando pelo colo do mais velho.

Chelsea sentiu-se minimamente enciumada por aquela atitude do bebê que outra hora estava em seu colo. 

-Que linda a união de vocês! – A velhinha ao lado disse, já não contendo a vontade de expor o quão magnífico achará o companheirismo do casal.

-Hãm? Há sim! –Ele virou-se ao perceber que a senhora os fitava sorridente, o mesmo ficará tão sem graça, que preferiu não expor à mulher a verdade sobre Chelsea, May e ele. – Obrigado. –apressou-se em dizer o homem.

-Realmente. Não digo isso para puxar saco ou assunto, vocês realmente formam um casal lindo! Parabéns por essa família. –A senhora concluiu fitando May que se aquietará no colo de Caleb, se aconchegando entre os músculos do tio, os olhinhos cansados, porém atentos fitavam os dele.

-Obrigado mesmo. – Foi o que o homem fora capaz de dizer tamanho o constrangimento.

Do outro lado Chelsea percebeu que Caleb conversava com a senhora que sorria sem parar, notou as bochechas avermelhadas e o sorriso sem direção que ele lançara fitando May com os olhos carregados de um líquido alegre.  Ela sorriu, sorriu da cena, mesmo sem saber o motivo, porque apenas o fato dos olhos captarem o repuxar de lábios dele a fazia, sem se quer querer repetir a cena consigo mesma.

-Moça? – a balconista a chamou, despertando daquele vão nostálgico.

Campbell a fitou rapidamente.

-A conta. – prosseguiu a mulher de sorriso contendo dentes tortos.

-Sim, aqui esta.


Depois de despacharem as compras, Chelsea correu para cozinha no intuito de ajeitar os alimentos nos armários e averiguar as possibilidades de fazer algo bom e sustentável que May fosse capaz de digerir. Realmente, o Doutor estava certo, não é correto continuar alimentando o bebê apenas com leites. May precisava de muito mais que o liquido para ter um crescimento saudável. Campbell se sentirá terrivelmente culpada por deixar que a menina tivesse uma recaída para perceber que não poderia continuar alimentando-a daquela forma. Por um momento sentiu-se triste e abatida por aquele pensamento, e sem perceber deixou-se ser levada por aquela linha de raciocínio.

-O que está fazendo? –Parker entrou na cozinha, encontrando Chelsea frente ao balcão. Era obvio que o mesmo tivera observado a nuca com os cabelos caídos levemente sob a mesma, descendo para a cintura bem moldada chegando até a reparar nos seus jeans e no quanto as coxas da mulher lhe eram convidativas, mas o fato de ter observado ele preferia deixar vagamente perdido, preferia não lembrar que teria pensado e visto a mulher com outros olhos.

-Estou preparando algo para May comer. –Ela disse, Andrew notou no quanto a voz de Cher lhe parecia diferente. – Onde ela está?

-Está brincando na sala de estar.

-Sabe que não pode deixar a menina sozinha. –Sim, aquilo lhe era uma afirmação.

-Sei. – Ele se a chegou mais para perto da mulher. Ela levantou a cabeça pendendo-a para trás, como se quisesse prender o intuito das lágrimas lhe rolaram sob o rosto.

-Esta tudo bem? –Parker perguntou, se odiando em seguida pelo fato de deixar transparecer o quanto se importará com ela.

-Esta. – a voz esganiçada quase inaudível alcançou os ouvidos do homem logo atrás.

-Certeza? –ele hesitou como se soubesse que logo a seguir ouviria gritos ensurdecedores de “EU ESTOU BEM, MERDA! VAZA DAQUI!” Mas isso não aconteceu. O silêncio preencheu o cômodo. E Parker resolveu prosseguir.

-Olha se quiser pode conversar comigo. – Ele falou, mas Chelsea recuou em virar-se e lhe contar o motivo de toda sua angústia, aquilo era tão banal e idiota que soaria até mesmo como imaturidade de sua parte deixar-se abalar por algo tão mesquinho. Campbell era forte, guerreira. Nem ela mesma se permitiria passar uma imagem de mulher imatura e encostaste.

Silêncio.

-Chelsea? –Caleb a chamou por um tom que nunca se ouvirá ser chamado sob o nome da mulher.

-Oi. –Sussurrou-a sob o efeito que a voz do homem lhe causará.

-Vamos, diz pra mim o que está acontecendo. –Ele falou.

-Caleb, - Cher virou-se de olhos marejados, mas não de rosto molhado. - Diz você primeiro; isso tudo, essa cena toda, é pura curiosidade ou preocupação? Porque meu bem, você nunca se importou ou demonstrou se preocupar comigo. O que ‘ta acontecendo agora? – Ela soltou o primeiro pensamento que trabalhou em sua mente, seu tom de voz alcançando tons mais altos.

Parker fitou o rosto e olhar da mulher a sua frente. E aproximou-se um pouco mais.

-Chelsea, sabe o que eu acho? Acho que você está sendo infantil e... –Chelsea o cortou.

-Eu?

-Não me interrompe merda! –Foi à vez dele de gritar com ela, Andrew nunca fizera aquilo com a moça, mas a histeria que estava provinda de Chelsea já começara a irritar-lo.

Ela se calou.

-Você, eu tanto faz. –Parker fechou os olhos gesticulando excessivamente. – Estamos sendo infantis demais, certo?

Cher assentiu contragosto. No fundo ela pensava que cuidar de uma criança a fazia mais mulher e menos imatura, mas se esquecerá por um momento que várias meninas davam a luz no auge de seus treze anos.

-Acho que já basta dessa palhaçada! Se quiser, eu retiro as regras de convívio, eu faço tudo para termos um relacionamento saudável, porque vai chegando uma hora que cansa tanta implicação. Que cansa essa sua cara emburrada pro meu lado.

-O que quer dizer com isso Parker? –Campbell soltou a pergunta presa em seu subconsciente e observou Caleb se aproximar mais, ele tocou a cintura da mulher, os dedos gélidos pressionados sob o pano fino da camiseta da garota a sua frente.


-Que eu preciso de você, e que mesmo você negando; precisa de mim. E que acima de tudo; May, precisa da gente. 







Mas o medo também era atração. Era extremamente perturbador estar perto dele. Na sua presença, eu não confiava em mim mesma.
— Sussurro - Becca Fitzpatrick

2 comentários:

  1. Tô amando esses capítulos saindo rapidinho haha
    Continuaaaaa, tá boa a história.
    Só uma sugestão: notei que você usa muito a expressão "a(o) mesma(o)". As vezes fica um pouco carregado, por usar bastante ela
    Só isso mesmo. Tô conferindo aqui todo dia :D
    Bjsss Rutchê, tô esperando o próximo :*

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  2. "Ela abriu mão de tudo, para ser o tudo de May."
    "Que eu preciso de você, e que mesmo você negando; precisa de mim. E que acima de tudo; May, precisa da gente."

    Eu não sei lidar. Não soube lidar na primeira vez que li esse capítulo, não soube lidar agora e provavelmente não saberei lidar se ler novamente. Céus! Eu não sou de titânio.
    BUUUUUUUT, esse capítulo é genial (inseria risos aqui). Eles parecem um casal e nem sequer são um (por enquanto). Eu fiquei imaginando a cena do hospital e do mercado umas cinco vezes, são dignas daqueles filmes/livros de comédia romântica.
    Todo o meu amor por aquela senhora. <3
    Todo o meu amor por você também.
    Obrigada por me proporcionar essa leitura, amo-te imensamente.

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