C.H | Because I love You | Capitulo 3



Porque eu te amo.

"Eu sempre vou estar ao seu lado, não importa como for."


Naquela manhã de primavera, Chelsea despertará com os resmungos de May vindos do quarto ao lado. Venho-lhe a lembrança da noite anterior, quando havia decidido que a criança dormiria em seu respectivo quartinho cor de rosa apenas na companhia imortal de seus ursinhos macios, a mulher tinha consciência de que teria que acostumar May adequadamente e para que isso acontecesse de modo seriam necessários alguns sacrifícios, A pequena chorou durante muitos intervalos na calada fria daquela madrugada obrigando Chelsea a se levantar e niná-la até que a mesma adormecesse tranquilamente, e por conta disto Cher teve a lisonjeira vontade de levá-la para dormir ao seu lado novamente, porém Campbell teria que manter-se certa de seu objetivo de tornar May Parker uma criança disciplinada, compreendendo que; Nem sempre teria alguém para ficar ao seu lado durante alguma parte do dia, May não poderia estar em seu encalço o tempo inteiro.

A mulher levantou-se sonolenta e pegou a criança em seu colo sentindo os bracinhos da bebê envolverem-se em seu pescoço e sua cabeça apoiar-se em seu colo descoberto. Teve a vontade incessante de chorar, e chorar, e chorar por longos e intermináveis minutos.

Odiava se sentir sozinha

Odiava sentir-se abandonada

Odiava PRINCIPALMENTE sentir-se fracassada.

“Quando aquilo iria parar?” – Cher se perguntava. - “Talvez nunca mais”

-Está tudo tão difícil não é pequena?- A mulher falava sozinha, escutando apenas o barulho agonizante do silêncio. Estava cansada de ouvir apenas sua voz e seus próprios pensamentos.

Durante todo este tempo havia concluído uma nota mental que levaria para sempre em sua memória, talvez até como um titulo para esta parte trágica de sua vida.

“O silêncio também faz barulho.”

Isso pode ser considerado uma arredondância? Talvez sim, não sei. Talvez não, quem sabe.

Incoerente? Sim.

Mais significativo? Com certeza.

Havia algo dentro dela que precisava ser preenchido e disto ela tinha convicção, O espaço vazio que ela tentava preencher com May parecia até ficar maior mediante ao passar o tempo, e quanto mais ele passava, mais o coração se alargava. Era quase que incurável.

-May, eu não vou perdê-la – disse-a beijando o topo da cabeça da pequena que já não resmungava mais. – Não vou deixar que ninguém a tomem de mim.-sussurrou chorosa.

“Because… Because I Love you” – Ela concluiu mentalmente deixando que as lágrimas rolassem sem sua permissão.


  • Uma semana depois...


| Street: House Green - Londres | 08h09m PM |

Os braços desnudos de Chelsea eram chicoteados pelos fretes de luz que irradiavam do céu coberto de nuvens brancas naquela manhã. A mulher passeava com May pelas ruas desertas da cidade com um sorriso estampado nos lábios, gargalhava da forma como a pequena corria alegremente pelo asfalto ainda molhado por conta da garoa que se havia acontecido na madrugada do mesmo dia, achava lindo e gracioso a forma como a pequena corria de bracinhos levantados, como se quisesse manter-se em equilíbrio. Cher estava perto o suficiente para ver o sorriso da bebê alegre ao seu lado, aquilo funcionava como uma fonte de força e energia que parecia contagiá-la. E quando a mesma fora capaz de ouvir uma gargalhada vinda de May uma tonelada de orgulho fora sobre posta sob seu coração que parecia saltar dentro do peito. Aquilo era alegria, aquilo era felicidade.





Na tarde daquele mesmo dia, Cher havia chego à “sua” casa sorridente. Havia passado um dia inteiro com Abigail, o que resultou em um abraço de uso em Ethan que já não o havia visto fazia muito tempo.

Ethan era o primeiro filho dos Phillips, qual Cher havia cuidado antes mesmo do nascimento de May. O mesmo já estava no auge de seu quarto aniversário e Chelsea não fora capaz de parabenizá-lo na data, não se sentiu triste ou frustrada por conta disto; Pois nunca se há problemas com crianças, as mesmas nunca guardam magoa de ninguém, e isso de certa forma era maravilhoso. Aquele havia sido o melhor dia depois dos acontecimentos imprevistos, May estava com ela, e estava feliz, ela estava feliz porque estava com May, e ao lado de pessoas que pode contar, que a ama e que ama também.

A mulher chegou a casa saltando de uma alegria incondicional, foi logo tirando os sapatos com May em seu encalço e partindo logo em seguida em direção as escadas com ela em seu colo desta vez. Subida as escadas, tratou imediatamente de despir a garotinha e dar-lhes um banho quente que fora o motivo da pequena cair no sono logo depois.





O relógio marcava 17h15min. Chelsea havia acabado de dar uma geral na casa e também de cuidar de Roger adequadamente, e assim que concluiu todos os seus afazeres na cozinha parou em frente ao chaveiro que se encontrava preso por de trás da porta. Pegou a mesmo, certa do que faria e subiu as escadas passando por todos os cômodos e parando em frente à porta do último. Depois de encaixar a chave e girar a mesma, rodou a maçaneta e fez pressão para entreabrir a porta. Entrou no ambiente e a nostalgia tomou-lhe conta do coração. Os quadros pintados por Srª Lillian estavam ali ainda, o cheiro de seu perfume também. E pela primeira vez Cher não chorou, não derramou nenhuma lágrima; Muito pelo contrário, o que se fez sentir em seu coração fora uma saudade imensa e o sorriso estampado em seus lábios eram o efeito que o orgulho se fazia transbordar dentro do peito.

A mulher vestiu-se do avental que pertencia a ela própria, prendendo o cabelo em um coque frouxo e, então intercalou as cores vivas de primavera, molhando o pincel de tinta azul, dando cor à parte de cima do quadro, em seguida espalhando um tom esbranquiçado sob o azul que se fazia entender o céu, pondo sob as cores claras o amarelo gritante que se entendia ser o sol escondido por entre as nuvens postas pelo branco. Não se esqueceu do verde claro logo abaixo e também da sombra dos bracinhos de May sob o asfalto molhado. Gostaria de ter conseguido desenhar a felicidade que sentiu ao ouvir a gargalhada da pequena, ou então a sensação de alegria ao vê-la sorrindo, mas mal sabia descrever quem dirá transmitir em forma de imagem, seria impossível. Sorriu com a palheta de cores nas mãos e o pincel levemente levantado na altura do pescoço. À medida que entendia a mensagem do quadro sentia o que sentirá horas atrás, Cher tinha certeza de que daqui a alguns anos olhará a imagem novamente e sentirá a mesma coisa, aquilo era mais que maravilhoso era espetacular!
O quadro passava uma mensagem em forma figurada. 

Novos dias, novas alegrias, novas inspirações, renascimento. 





Casa dos Parker| 12h18m PM | Sábado.

A campainha tocou quando Chelsea havia terminado o almoço, A mulher foi em direção da porta notando May acompanhá-la de soslaio, era sempre assim, Cher repuxou um sorriso nos lábios e pegou a menina no colo em quanto distribuía beijinhos em sua bochecha rosada. Campbell atendeu a porta e assim que a abriu o perfume feminino e o cheiro de pó compacto e batom chegou a suas narinas. Levantou o olhar encontrando os de uma mulher, assustou-se com a feição diferente as quais nunca havia visto.

-Bom dia, sou Sarah Hundson, assistente social. – Até May parou as lindas Iris verdes na mulher a sua frente, a mesma notou e sorriu para a garota que não demonstrou nenhuma reação.

Chelsea paralisou por alguns milésimos sentindo seu corpo vibrar e os pensamentos e hipóteses correrem soltas pela sua mente em frações e flashes de segundos. Apenas um único motivo vinha em sua mente; “Caleb Andrew Parker”.

Queria chorar.

Queria correr até a casa de Andrew e o estrangular.

Queria matá-lo e fazê-lo reviver novamente só pra ter o prazer de torturá-lo.

Queria desabar em frustração.

Chorar de decepção.

Sentia-se triste.

Terrivelmente despedaçada.

Sentia que morreria.

Mais é obvio que não demonstraria.

Seria difícil? Sim, seria.

Mas, necessário.

A mulher engoliu o orgulho, e segurou as lágrimas, repuxou um sorriso e estendeu a mão desocupada em direção da assistente.

-Bom dia! –Chelsea disse com falso entusiasmo presente em seu tom de voz. – Me chamo Chelsea Campbell, será um prazer conhece – lá, entre e fique a vontade

A mulher sorridente a sua frente estendeu a mão em direção de Cher, e entrou assim que lhe foi concebido espaço. Os saltos batiam no chão da casa e por de trás dela, Campbell poderá perceber que Sarah era uma mulher incrivelmente linda. A saia não tão curta batia na altura de seu joelho, os cabelos crespos em um tom mais escuro pareciam favorecer seu rosto oval que levava sobre os olhos uns óculos Ray-ban na cor preta. Seu olhar era levemente repuxado e sua maquiagem estava sob posta levemente em seu rosto, favorecendo apenas um batom vinho extravagante. Que parecia ser tão diferente nas outras mulheres, porém perfeito em seus lábios.

-Sente-se, por favor. – Campbell pediu sentindo May quieta demais, talvez de fato aquilo estivesse acontecendo por conta da visita inesperada de alguém desconhecido. Sarah sentou-se cruzando as pernas em quanto pegava a caneta que estava presa entre a ficha com os mandatos endereçamento e causa.

-Bom... – Sarah apalpou um dos papéis e leu a primeira estrofe do documento – Aqui diz que Caleb Andrew Parker entrou com um mandato para ficar com a guarda de May Parker, que é a filha primogênita de Lillian Parker e Clark Parker seu irmão. – À medida que os nomes eram pronunciados um frio diferente passeava pelo estômago de Chelsea, seu corpo vibrava de medo. Como se seu organismo dissesse:

 “Estamos correndo risco, e este é o sinal que te dou de que, possivelmente ocorrerão futuras tristezas”

- Até agora é você quem está com a tutela da criança, saiba que está com ela ilegalmente. – A assistente social sibilou por debaixo do grau fortíssimo dos óculos. Chelsea teve vontade de gritar, mas ponderou o tom de voz. Era preciso.

-Não é bem assim. – Cher tremia. – May foi registrada. Quer que eu pegue os documentos? – A bebê em seu colo fitava tudo calmamente, como se entendesse que precisava manter-se quietinha.

-Não, eu já tenho em mãos. Sr Caleb levo-os todos na presença de seu advogado.

-Ótimo. – Campbell sussurrou pra si mesma.

-Mais Srª Campbell? – Hundson chamou os olhos de Chelsea para si e a mulher a fitou. – Não há nada que comprove que Senhor e Senhora Parker deixará May em seus cuidados. – Cher riu nervosa, sentindo a cabeça de May em seu colo desnudo e as mãos pendidas em seu pescoço, os olhinhos piscavam calmamente. Campbell passou a nina - lá passiva.

“Eles estão mesmo tratando May como um objeto imortal? Não é possível”- Cher escalou uma nota mental.

- E provas de que o casal deixará a tutela de May com Andrew, Existem? – A mulher arqueou uma sobrancelha sugestiva, tentando interpretar o silêncio da Assistente Social.

-Caleb é tio da menina. –Sarah afirmou.

-Só porque não tenho nenhum laço de sangue com May e o casal?

Sarah não disse nada, e Chelsea interpretou sua falta de palavras como um consentimento.

-Srª Campbell, eu sinto muito a aparecia de que estamos a favor de Sr Caleb, mas o mesmo fora o único que compareceu ao estabelecimento deixando a palavra com o advogado.

A maneira correta de Sarah pronunciar as palavras irritava profundamente Campbell.

-Não acha que deveriam me dar espaço para buscar por um advogado primeiro? – A mente de Chelsea voou até Sr Phillips e ela teve vontade de sorrir.

O Silêncio preencheu o ambiente e a assistente fitou alguns papéis, assentindo em seguida.

-Ok.

-Obrigada. – Cher sibilou sorrindo por cima de alguns fios de cabelo de May.

-Achei que já o tinha tido.

-Não tive o tempo necessário para buscar por um ainda. – Cher omitiu aquilo havia sido uma meia verdade.

-Vamos abrir este espaço, porque não trabalhamos na injustiça, muito pelo contrário. – Completou após ouvir Chelsea atentamente. – Bom... Não iremos prolongar esta conversa, já que não posso levantar apontamentos sem um advogado legal respondendo por você também.

Chelsea assentiu

-Mas deixarei uma lista para ser preenchida e assinada por você, e outra pelo seu advogado legal. – estendeu o documento e Cher o pegou com a mão desocupada.

-No dia em que você tiver que comparecer ao escritório na presença de seu advogado, terá de levar os documentos assinados mais seus documentos de registro e registros da menina, ok? 

-Tudo bem, mas... Como funciona esta tal “entrevista”? – Chelsea perguntou amedrontada, como se estivesse imaginando May sendo arrancada dela. Isto doía.

-Seu advogado a de lhe explicar tudo detalhadamente. – Agradeço desde já sua atenção e lhe desejo Boa Sorte. –Sarah levantou-se para cumprimentar a Cher e ela sentiu algo  irônico preso em seu tom de voz. Sorriu de volta apertando May em seu corpo.

-Você vai precisar. –Completou a Assistente alargando o sorriso de dentes brancos.

-Obrigado. – Sibilei indiferente, em quanto acompanhava a mesma até a porta.





| Casa dos Parker | 18h23m |

-Alô, Abigail?

“Diga Cher!”

-Já jantaram?

“Ainda não, por quê?”

-Diga ao Sr Phillips e Ethan que hoje o jantar é por minha conta.

“Ó claro!”

-Corram para cá! Antes que a comida esfrie!

Telefone no gancho e sorriso nos lábios.



Uma última nota mental de Chelsea neste capítulo:

“Caleb Parker quer guerra? É guerra que ele vai ter.”

Um comentário:

  1. Sobre Sarah Hundson: Não gosto. Minha nota mental em relação à ela: "cê num tinha nem que tá aqui linda."
    Eu sei que de certa forma isso é ódio gratuito e que a mesma é uma personagem, mas arre égua, que serhumaninho insuportável.
    Mas enfim... Olha, esse capítulo é triste. Daqueles que deixam nosso coração moído. Daqueles que nos levam ao céu, para logo depois nos levar ao inferno. A frase mais impactante para mim, foi essa: “Estamos correndo risco, e este é o sinal que te dou de que, possivelmente ocorrerão futuras tristezas”. Tanto que a coloquei como status no whatsapp. Meu coração ficou apertado quando eu a li. Para ser sincera,meu coração ficou apertado quase o capítulo inteiro (insira risadas aqui).
    Minha situação só foi aliviar com o final. Cher determinada pode ser realmente um perigo (aquela carinha).
    Aliás, essa frase "Novos dias, novas alegrias, novas inspirações, renascimento." foi de grande conforto para mim. Muito além do que você possa imaginar.
    Não consegui expressar todos os meus pensamentos em relação à esse capítulo, isso é péssimo, mas nada diminuí meu apreço por ele. Obrigada por me proporcionar essa leitura. Eu lhe amo. <3

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